Sobre a Maçonaria

A chegada da Maçonaria ao Brasil remonta ao século XVIII, durante o período colonial, quando foram estabelecidas as primeiras lojas maçônicas. Em 1797, foi fundada a Loja Cavaleiros da Luz, na Bahia, que é uma das primeiras referências documentadas da existência de uma loja maçônica no país. Essas primeiras lojas funcionavam, muitas vezes, de forma clandestina ou discreta, devido à repressão da Coroa Portuguesa e à desconfiança da Igreja Católica, que via a Maçonaria como uma ameaça.

 

Durante o período colonial, a Maçonaria no Brasil atraiu membros que simpatizavam com os ideais iluministas europeus de liberdade, igualdade e fraternidade. Essas ideias influenciaram muitos dos líderes e intelectuais brasileiros que buscavam a independência e a transformação política do Brasil.

 

A Maçonaria teve papel crucial no processo de independência do Brasil. Em 1822, Dom Pedro I foi iniciado na Maçonaria, supostamente na loja Comércio e Artes, no Rio de Janeiro. Os maçons dessa época, como José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”, utilizaram a estrutura maçônica para organizar movimentos que buscavam a ruptura com Portugal.

 

O próprio José Bonifácio foi Grão-Mestre da Maçonaria e, junto com outros maçons, foi fundamental na articulação política que culminou na independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Por meio de reuniões e articulações maçônicas, ele e outros irmãos influenciaram diretamente as decisões de Dom Pedro I para que ele tomasse a liderança do movimento independentista.

 

Outro momento histórico de grande relevância para a Maçonaria no Brasil foi o movimento abolicionista. Durante o século XIX, maçons como José do Patrocínio, Luís Gama e Ruy Barbosa foram figuras centrais na luta pela abolição da escravatura. As lojas maçônicas serviram como centros de debate e organização, promovendo ações que buscavam a emancipação dos escravos.

 

A Maçonaria, neste contexto, não apenas apoiava a abolição como uma questão humanitária, mas também a via como um reflexo dos princípios iluministas e liberais que promovia. Com o apoio de muitos irmãos influentes, a campanha abolicionista ganhou força, culminando com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.

 

A Maçonaria e a Proclamação da República

A Proclamação da República, em 1889, também teve uma conexão com a Maçonaria. Muitos dos líderes republicanos, como Marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant, eram maçons. As lojas maçônicas serviram de espaço para o debate sobre a necessidade de substituir a monarquia por um regime republicano, influenciado pelos modelos adotados em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos e na França.

 

Os maçons, articulados politicamente, desempenharam papel central na mobilização militar que resultou na Proclamação da República, consolidando assim mais um capítulo importante da história do Brasil onde a Maçonaria atuou como uma força organizadora e influente.

 

O Desenvolvimento da Maçonaria no Século XX

Com o estabelecimento da república, a Maçonaria brasileira continuou a se expandir e a se organizar, estruturando-se em obediências como o Grande Oriente do Brasil (GOB), fundado em 1822 e que é a obediência mais antiga e tradicional do país. Outras potências maçônicas, como as Grandes Lojas Estaduais e o Grande Oriente Independente, também surgiram ao longo do século, ampliando a diversidade e o alcance da Maçonaria no território brasileiro.

 

Durante o século XX, a Maçonaria brasileira passou a focar mais em ações de filantropia, educação e beneficência, atuando em várias frentes sociais, como campanhas de alfabetização e saúde pública, além de promover a defesa dos direitos civis e democráticos.

Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás
Emitido em 10/11/2024 20:29