A Ordem Maçônica e o Poder Legislativo do Estado Brasileiro _
A consideração deste artigo está voltada ao Poder Legislativo, cuja relevância em relação aos demais poderes constituídos se destaca pelo fato de, além da missão de fiscalizar os atos do executivo, tarefa que se traduz em verdadeiro instrumento de garantia da boa aplicação de recursos financeiros e adoção de políticas adequadas para a sociedade, está, fundamentalmente, no fato de que é nele que se produz as normas legais a que estarão sujeitos a sociedade e demais estruturas republicanas, num contexto em que uma executa e a outra aplica, quando provocada.
O filósofo Aristóteles, em pouco mais de 300 anos antes de Cristo, já dizia que a atividade política se situa no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam conhecimento como meio para a ação, tendo por objetivo a felicidade humana.
Portanto, é inegável e necessário que seja compreendida a importância de se escolher com esmero os parlamentares das casas legislativas em todos os níveis da Republica brasileira, a fim de que o desempenho das atividades a eles atinentes sejam responsáveis, decentes e coerentes com as necessidades do Estado e do Povo, promovendo-se segurança, bem estar e estabilidade.
Por outro lado, os princípios e objetivos universais da Maçonaria, de forma muito objetiva, estão alicerçados no culto à liberdade política e social; no trabalho em prol da felicidade humana; na instrução dos seus associados, através de incessantes estudos; no combate à ignorância, aos erros, e à obscuridade, enfim, na prestação de serviço à pátria e à humanidade.
De se ver, portanto, que há intima convergência de princípios e objetivos nas atividades da maçonaria com a do parlamento, ressalvando-se, por óbvio, o caráter privado de um e o estatal de outro.
Nesse sentido, permitimo-nos, trazer à reflexão importantes ações e iniciativas possíveis à Maçonaria com foco em amenizar os efeitos dos diversos males que atingem as pessoas de bem, a família, e a sociedade.
Nossa percepção acusa que os esforços (tanto da maçonaria como da classe política) devem ser redirecionados, urgentemente, com muito empenho e reverente perspicácia, para questões estruturais.
Em um vocabulário popular: tratar o mal pela raiz!
Não basta, apenas, o enfrentamento dos problemas através de iniciativas que acudam o sofrimento; urge que nossas inteligências promovam, também, encaminhamentos capazes de eliminar a causa efetiva dos males.
É assim, como efeito cascata, que os problemas conjunturais serão mitigados até sua erradicação.
Diante desta concepção, debruçando-nos sobre o assunto, com o firme propósito de encontrar uma forma de atuação institucional voltada para soluções de caráter estrutural, concluímos, e isso por certo não é novidade para nossas lideranças, que a saída está na melhoria da conduta do povo, o que somente será alcançado através da educação e da mudança de hábitos.
Em outras palavras: “cidadania plena” que consiste em rigoroso cumprimento de deveres e exercício de direitos!
Uma sociedade civil formada por cidadãos esclarecidos, responsáveis, cônscios dos seus direitos e cumpridores de suas obrigações, é a garantia de um sistema democrático sadio, em que os agentes políticos escolhidos e fiscalizados, serão pessoas dotadas de boas intenções, capacitação técnica e interesses republicanos, jamais favorecimentos próprios, corporativos ou partidários.
É isso: se a democracia, nas palavras de Churchill é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela, é óbvio que a má escolha nos pleitos eleitorais, nos fará vítimas de expedientes nefastos como o toma - lá, dá - cá, a corrupção, e outras práticas completamente desvirtuadas do que é justo e correto.
A inversão de valores, as más condutas tanto de alguns agentes públicos como de parte da sociedade que querem o ganho fácil, as mordomias, a manutenção de regalias e benefícios impossíveis de serem sustentados, só acontecem em razão da falta de práticas cidadãs.
Enfim, no nosso modesto sentir, o trabalho deve se dar no sentido de qualificar o perfil ético, moral, cívico e cultural, do nosso povo.
Nessa perspectiva, Maçonaria e Parlamento brasileiro devem se esmerar para que suas ações em favor da pátria e da humanidade, se desenvolvam de forma eficiente no sentido de promover a conscientização de cidadania na população brasileira.
Estabelecer parceria para realização de trabalhos conjuntos é a certeza da construção de uma pátria decente, justa e próspera.
Cremos que as ações do presente é que vão garantir um futuro alvissareiro, capaz de consolidar a nossa histórica vocação de promover o bem comum.
Compreendendo necessária a mudança de rumos busquemos estímulos nas palavras do festejado poeta mineiro, Carlos Drumond de Andrade:
Registra-se, pois, a confiança de que boas práticas institucionais hão de ser implementadas pelo Poder Público e Maçonaria, o que revelará grandioso feito em prol de uma Pátria justa e próspera.
Edilson de Oliveira
Grão-Mestre Ad Vitam da G.L.M.M.G. (2018/2021)
Secretário-Geral da C.M.S.B. (2023/2025)